Negócios

AgroBrasília 2023 começa nesta terça-feira (23), no Distrito Federal

Feira é considerada uma das maiores do Brasil em tecnologias para o agro

Começa nesta terça-feira (23) e segue até o próximo sábado (27), a AgroBrasília 2023. Durante cinco dias, a feira, que será realizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, área rural do Distrito Federal, promoverá negócios voltados ao aperfeiçoamento da atividade agropecuária, visando mais produtividade, qualidade na produção, sustentabilidade e rentabilidade.

José Guilherme Brenner, presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), que realiza o evento, ressalta que a AgroBrasília tem como um de seus objetivos levar tecnologias e soluções para produtores rurais de todos os portes.

“Seja qual for o tamanho da propriedade, o produtor terá na Feira opções para a sua atividade. A tecnologia existe para todos, e para produtores pequenos e familiares ela vai facilitar as tarefas, aumentar produtividade e rentabilidade, conferir sustentabilidade financeira, para que continuem a atuar no campo”, afirma Brenner.

O público que passar pela feira encontrará um catálogo amplo, com máquinas, implementos, insumos, genética animal e vegetal, serviços e processos inovadores. Além disso, a programação de eventos técnicos busca apresentar soluções e alternativas produtivas. Brenner observa também que a força da AgroBrasília vem da potência da agropecuária da região.

No Distrito Federal, em Goiás, em Minas Gerais, e em outros estados do Centro-Oeste, desenvolve-se uma produção abundante e diversificada, de uso intensivo de tecnologia, com ótimos resultados que derivam do empenho dos produtores rurais.

Curso de classificação e degustação de cafés

A programação técnica da AgroBrasília 2023 contará ainda com um curso de classificação e degustação de cafés. Na manhã de quinta-feira (25), cafeicultores, técnicos, estudantes, e outros interessados, poderão obter noções básicas sobre o tema. O curso terá curta duração – 90 minutos –, mas promete conteúdo otimizado, segundo os organizadores.

Na primeira parte, o foco é na classificação física, e os participantes vão aprender sobre diferenciação dos grãos das espécies Coffea arabica e Coffea canephora, classificação por peneiras, e identificação de defeitos, matérias estranhas e impurezas. A segunda parte destina-se à degustação, sob a metodologia da Classificação Oficial Brasileira (COB), abordando diferenciação dos sabores e identificação dos padrões de bebida.

A iniciativa é realizada com a parceria do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDRParaná/Iapar/Emater). O treinamento será ministrado pela pesquisadora do IDR-Paraná, Patrícia Helena Santoro, e pelo técnico agrícola do Instituto, Denilson Fantin. Os dois são classificadores e degustadores de cafés credenciados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

De acordo com a pesquisadora, o conhecimento em classificação e degustação possibilitará ao produtor avaliar e melhorar a qualidade de seus cafés. “Ao aprofundar a aprendizagem nessa temática, cafeicultores e técnicos certamente vão conseguir incrementar vários aspectos da produção, da colheita e da pós-colheita. Além disso, o produtor fortalecerá seu poder de negociação na hora da comercialização, por conhecer a qualidade e o valor de seu produto.”

Patrícia Helena ressalta ainda que produtores e técnicos estão cada vez mais empenhados em elevar a qualidade de seus cafés e que, por esse motivo, a expectativa é a de que haja intensa participação do público-alvo no treinamento. “Com base em outros eventos, produtores e técnicos com pouco conhecimento prático no tema devem compor o perfil dos participantes”, detalha a pesquisadora.

Mercado do café

Vale destacar que o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Em 2022, as exportações do produto, realizadas para 122 países, obtiveram receita cambial recorde de US$ 9,233 bilhões, um crescimento de 46,9% na comparação com os US$ 6,285 bilhões registrados em 2021. Em volume, o país exportou 39,350 milhões de sacas.

O país possui aproximadamente 300 mil estabelecimentos produtores de café, distribuídos em 17 estados, dos quais 70% são considerados da agricultura familiar. Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Rondônia são os maiores estados produtores. Pouco mais de 80 produtores concentram-se em cerca de dez regiões do Distrito Federal e produziram, em 2022, aproximadamente 1,2 tonelada de café, em 418 hectares. O Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF), onde ocorre a AgroBrasília, abriga a maior área plantada do grão, com 120 hectares.

Foto: divulgação/AgroBrasília

I Encontro das Mulheres Rurais

A AgroBrasília apoia a formação de mulheres para o empreendedorismo, liderança feminina e sustentabilidade no agronegócio. Em 2023, por mais um ano, inclui em sua programação oficial atividade que irá tratar da participação feminina no setor e das maneiras de aperfeiçoá-la. Na manhã de sábado (27), último dia da Feira, ocorrerá o I Encontro das Mulheres Rurais. A ação é organizada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar/DF).

“Não restam dúvidas de que as mulheres são aptas e preparadas para o trabalho rural. No entanto, elas ainda enfrentam dificuldades em atuar na área por causa de preconceitos e falta de oportunidades. Assim, pelo terceiro ano, seguimos firmes na realização de um evento voltado a elas, a fim de impulsionar melhorias”, afirma o presidente da Coopa-DF, José Guilherme Brenner.

Paola Magalhães, analista técnica do Senar/DF responsável pelo encontro, aponta como maior demanda desse grupo a necessidade de mostrar o valor e as competências femininas em diversas áreas do agro. “É importante que as mulheres possam conquistar e ampliar o seu espaço no campo. Para tanto, é fundamental trabalhar aspectos como empoderamento e posicionamento.”

O encontro terá abertura oficial, feita pelos organizadores, e segue com o relato da história de vida da produtora e presidente do Sindicato dos Floricultores, Fruticultores e Horticultores do Distrito Federal (Sindifhort), do Sistema FapeSenar/DF, Sandra Vitoriano. “Planejamos também uma palestra sobre saúde feminina e teremos um espaço de beleza e autocuidado para essas mulheres”, adianta Paola.

Mulheres no agro

Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), dos 42 milhões de mulheres empregadas no país, 5,9 milhões estão no agronegócio, o equivalente a 14% do total da população ocupada. Considerando apenas os 19 milhões de ocupados no agronegócio, a participação feminina sobe para 31%. Os dados abrangem a produção dentro da porteira e os segmentos de insumos, da agroindústria e do agrosserviço.

O Cepea mostra ainda que, de 2004 a 2015, a quantidade de trabalhadoras passou de 24,1% para 28% do total de trabalhadores do agro, crescimento que vem se mantendo. Em 2022, na comparação com 2021, teve destaque o aumento do número de trabalhadores do sexo feminino (3,48% ou 199.811 pessoas) em oposição à pequena queda (-0,27% ou 35.750 pessoas) observada para os trabalhadores do sexo masculino.

O agrosserviço é o segmento que tem a maior participação de mulheres no conjunto do agro. Elas respondem por 42% da força de trabalho desse setor. A seguir vem a agroindústria, com 37%. O trabalho dentro da porteira, chamado de primário e que, às vezes, exige mais força física, tem 20%.

Foto: divulgação/AgroBrasília

SERVIÇO

AgroBrasília 2023

Quando: de 23 a 27 de maio de 2023 (terça-feira a sábado)
Horário: das 8 às 18 horas
Onde: Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, no Km 05 da BR-251, sentido Brasília-DF/Unaí-MG
Realização: Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF)

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Vinicius Martins

Jornalista por formação, com especialização em Marketing e Estratégia Digital. Fundador e editor-chefe da Revista Factual.

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