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O ex-governador Marconi Perillo, atual presidente nacional do PSDB, se pronunciou sobre a Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). A residência dele foi um dos alvos dos mandados e busca e apreensão cumpridos na manhã desta quinta-feira (6/2). A investigação apura o desvio de recursos públicos da área da saúde em Goiás durante os anos de 2012 e 2018, por meio de uma Organização Social (OS) em contratos com o Governo do Estado.
Em nota, Marconi falou em utilização do poder do Estado contra ele para “perseguir, constranger e tentar calar”. Direcionando a fala diretamente ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o político se disse vítima do que chamou de “armações e operações encomendadas”.
Importante destacar que a PF está vinculada à estrutura ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e, portanto, não é subordinada a interferências do governo estadual, e sim, ao Poder Executivo federal.
Ainda segundo o texto, o ex-governador reafirmou sua inocência e idoneidade. E afirmou que nada será encontrado contra ele. “Só se fabricarem. Criarem factoides”, disse Perillo.
O ex-governador questionou o fato da operação apurar supostos fatos de 13 anos atrás e disse estranhar que ela seja realizada no momento em que ele faz denúncias contra o atual governo.
Na nota, Marconi declarou que estão criando uma “cortina de fumaça”. E repudiou veementemente a inclusão de seu nome na operação.
Leia a nota divulgada por Marconi Perillo na íntegra a seguir:
NOTA DE REPÚDIO
Mesmo esperando uma reação às denúncias que tenho feito contra o grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar.
Já fui vítima de outras armações e “operações” encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás. Inclusive, essa armação foi duramente repreendida pelo STF.
Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites, e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos 13 anos atrás. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação.
Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas, legais e todas declaradas aos órgãos competentes. Isso é um absurdo!
Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa “operação”! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás.
Enquanto fazem mais um circo para me constranger, o Estádio Serra Dourada foi vendido por apenas R$ 10 milhões; o CORA vai custar o absurdo de R$ 2,4 bilhões e o Caiado ameaça a mim e minha família quando manda recado para ROTAM responder aos meus questionamentos políticos, os mesmos que estão sendo investigados pela morte de Fábio Escobar em Anápolis.
Não se iluda Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar.
Marconi Perillo
Ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB
Governo de Goiás se manifesta e diz não ter qualquer relação com a investigação
Em nota enviada à imprensa, o Governo de Goiás afirmou que não há qualquer relação da investigação com a gestão do governador Ronaldo Caiado e que a Organização Social alvo da operação nunca prestou serviços à administração atual. Reforçou, ainda, que a partir de 2019, foram implementados controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos.
Leia a nota completa do Governo de Goiás a seguir:
O Governo de Goiás esclarece que a Operação Panaceia, deflagrada nesta quinta-feira (6/2) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), investiga desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais do Estado ocorridos entre os anos de 2012 e 2018, durante os mandatos do ex-governador Marconi Perillo. Portanto, não há qualquer relação da investigação com a atual gestão.
O Governo de Goiás reforça que a Organização Social alvo da Operação Panaceia nunca prestou serviços à atual gestão. Além disso, foram implementados a partir de 2019 controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos em todas as áreas, com o objetivo de impedir desvios e assegurar o uso correto do dinheiro público.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás
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