Léo Batista, a voz marcante do jornalismo esportivo brasileiro, morre aos 92 anos no RJ
Comunicador faleceu em decorrência de um câncer no pâncreas
O jornalismo esportivo e a TV brasileira perderam um de seus maiores expoentes. Léo Batista, voz marcante do esporte, morreu neste domingo (19/1), aos 92 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer no pâncreas.
Nascido em Cordeirópolis, interior de São Paulo, em 22 de julho de 1932, ‘Seu Léo’, como era carinhosamente chamado pelos colegas, começou sua carreira em 1947. O comunicador trabalhou nas rádios de Birigui, de Campinas e na Difusora de Piracicaba antes de se mudar para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1952, para trabalhar na Rádio Globo como locutor e redator de notícias do programa ‘O Globo no Ar’.
Em 1954, passou a fazer parte da equipe esportiva da rádio, onde estreou narrando uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã. Em seguida, foi trabalhar na TV Rio, onde esteve à frente do ‘Telejornal Pirelli’ por mais de 13 anos.
Após uma passagem rápida pela TV Excelsior, chegou à Globo em 1969, onde se consagrou na apresentação de programas como ‘Fantástico’, ‘Esporte Espetacular’, ‘Globo Esporte’, ‘Jornal Nacional’ e ‘Jornal Hoje’.
Pouco tempo após a chegada do comunicador à emissora, a equipe que viajou para cobrir a Copa do Mundo de 1970, no México, enfrentou um problema na geração do áudio e foi necessário fazer a locução dos jogos dos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro, tarefa que coube a Léo Batista. E foi justamente nos esportes que Léo escreveu sua história. Ele estava na cobertura da final da Copa de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai; trabalhou na primeira transmissão interestadual da televisão brasileira, um jogo entre o Brasil e a Itália, no Maracanã, em 1956; e no segundo jogo da Copa de 1970, Bulgária e Peru, em que narrou o primeiro gol do Mundial: dos búlgaros, aos 13 minutos.
Na Globo, participou, de alguma forma, da cobertura de praticamente todas as Copas desde 1974, além dos Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1984.
Léo Batista fez parte da equipe de quase todos os programas esportivos da Globo. Apresentou, inclusive, a primeira atração diária de Esporte da emissora, o ‘Copa Brasil’. Dedicado apenas ao futebol, foi o embrião do ‘Esporte Espetacular’, criado em 1973. Em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes, foi um dos apresentadores do ‘Jornal Hoje’ e, por muitos, anos apresentou o ‘Jornal Nacional’ aos sábados.
Em sua trajetória jornalística, noticiou momentos históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, no Palácio do Catete; a morte do presidente John F. Kennedy, em novembro de 1963; e a morte de Ayrton Senna, em 1994.
Em 2024, o jornalista foi homenageado pelo canal Sportv com a série documental ‘Léo Batista, a Voz Marcante’, disponível no Globoplay, em que amigos e companheiros de profissão falam sobre a trajetória do apresentador, cuja última aparição na TV Globo se deu no dia 26 de dezembro do ano passado, no ‘Globo Esporte’, em uma reportagem sobre a relação do beisebol com os Jogos Olímpicos.
Léo Batista, cujo nome de batismo é João Baptista Belinaso Neto, trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida. Ele deixa duas filhas, Monica e Claudia Belinaso.
Com o anúncio da morte do comunicador, uma frase dita por ele viralizou nas redes sociais.
Nossos mais sinceros sentimentos a todos os familiares, amigos e fãs desse ícone do jornalismo e do esporte brasileiro que sempre estará em nossas melhores memórias!
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