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Motoristas do transporte coletivo de Goiânia e região anunciam greve a partir de sexta-feira (28/6)

Categoria rejeitou proposta apresentada pelo SET durante assembleia geral realizada no último domingo (23/6)

O transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana poderá entrar em greve a partir da próxima sexta-feira (28/6), afetando mais de 2 milhões de usuários do serviço. O indicativo de greve foi aprovado pelos motoristas após assembleia geral realizada no último domingo (23/6), em que a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros de Goiânia (SET) foi rejeitada.

O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) reivindica um reajuste salarial de 15%, além de um acréscimo de 20% no ticket alimentação. Já a proposta apresentada pelo SET para a categoria foi de um reajuste salarial de 4,5%, retroativo a março, e mais 2% a partir do mês de setembro.

Carlos Santos, presidente do Sindicoletivo, argumenta que as negociações começaram no fim do ano passado, para que não houvesse problemas na prestação do serviço. Além da pauta de salários, os motoristas pedem melhores condições de trabalho, como por exemplo, adequações nas salas utilizadas para descanso e refeições pelos profissionais dentro dos terminais.

“Em dezembro do ano passado, nós já fizemos uma assembleia com a categoria que era para as pautas de reivindicações, já que a nossa data base é 1º de março. Então, nós já antecipamos para fazer uma negociação rapidinha, sem problema. Ainda em dezembro, já demos seguimento e demos entrada no Set com essa pauta de reivindicações, com 50 itens, dentre eles a de caráter econômico, mas também melhoria nas condições de trabalho”, justifica.

O presidente do Sindicoletivo questiona o fato de que o subsídio do transporte coletivo, custeado pelo Governo de Goiás e pelas prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo e Trindade, não inclui aumento salarial ou benefícios para os motoristas.

“A gente vê hoje uma outra situação que foi lançada. Um subsídio de quase R$ 2 bilhões para as empresas de ônibus, revitalizarem os terminais, os pontos de ônibus e comprar ônibus novos. Mas eles fizeram lá as contas deles e não colocaram nenhum tipo de benefício pra classe trabalhadora. Então, ao final desse programa, as empresas vão ter todos os terminais revitalizados, todos os pontos de ônibus revitalizados, ônibus novo às custas de impostos, e nós, motoristas, vamos continuar com o aumento de 20% de 2020 pra cá. Eu acho que isso é um absurdo”, ressalta Carlos.

Com isso, a greve no transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana poderá ser deflagrada a partir da zero hora de sexta-feira, caso não haja uma contraproposta que atenda aos interesses da categoria, que alega estar em busca de um aumento que seja digno.

Procurado pela Factual, o Set se pronunciou por meio de nota divulgada na tarde desta terça-feira (25/6), em que informou que vem se dedicando a “incontáveis etapas da negociação coletiva para atender aos pleitos dos representantes sindicais”.

O sindicato afirmou ainda que está atuando com urbanidade, diálogo e absoluto compromisso com o trabalhador e com o passageiro. E disse repudiar quaisquer tentativas de tornar a negociação coletiva do transporte público goiano em instrumento de politicagem.

Veja na íntegra a seguir:

NOTA DO SET SOBRE O MOVIMENTO DE GREVE ILEGAL PERPETRADO PELO SINDICOLETIVO

Uma vez mais, a população da Região Metropolitana de Goiânia se vê com um risco iminente de ter o serviço de transporte coletivo paralisado por ação do SINDICOLETIVO, com possibilidade de atrapalhar a vida não só do usuário do transporte coletivo, mas de toda a população da capital.

O SET vem se dedicando em incontáveis etapas da negociação coletiva para atender aos pleitos dos representantes sindicais, atuando com urbanidade, diálogo e absoluto compromisso com o trabalhador e com o passageiro.

Como prova desse compromisso, criou um comitê permanente de debates, envolvendo representantes das empresas de transporte e dos empregados, para tratar de assuntos de interesses comuns. Além disso, ofereceu um reajuste de 6,5%, acima de média nacional e da inflação medida no período, a qual foi de 3,86%. Se somado ao aumento concedido no ano passado, representa um acréscimo de quase 20% nos salários de todos profissionais da categoria. E um aumento real pelo terceiro ano consecutivo. Proposta não aceita pelo sindicato.

O SET reafirma seu compromisso diuturno com a negociação respeitosa e responsável, bem como repudia quaisquer tentativas de tornar a negociação coletiva do transporte público goiano em instrumento de politicagem, bem como de qualquer outro expediente que não atenda aos interesses da nossa comunidade.

* Matéria atualizada em 25/6/2024 – 18h12, para inclusão de novas informações.

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Vinicius Martins

Jornalista por formação, com especialização em Marketing e Estratégia Digital. Fundador e editor-chefe da Revista Factual.

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