O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, cumprirá agenda em Goiânia nesta quarta-feira (28/2). Na Capital, ele participará de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), cujo tema será ‘As Ações do Ministério do Trabalho em 2023 e o Combate ao Trabalho Escravo em Goiás’.
A visita do ministro atende a um convite da deputada estadual Bia de Lima (PT). Recentemente, a parlamentar lembrou o desafio do governo para sair da estatística negativa relacionada ao tema, uma vez que Goiás ocupa a colocação de campeão no ranking do trabalho escravo em todo o país, de acordo com dados do próprio MTE.
“Não podemos ficar calados, omissos e precisamos tomar atitudes sérias para impedir que trabalhadores chamados a realizar serviços tanto no campo, como também na zona urbana, estejam nessas condições. Essas pessoas chegam a Goiás, especialmente do Nordeste, na esperança de um emprego para alimentar a família, mas são submetidos a situações análogas à escravidão”, afirma Bia.
“Na condição de trabalhadora, de liderança sindical, isso muito me incomoda. Faço denúncias e peço medidas urgentes, não só de fiscalização, mas também de punição para quem faz uso dessas práticas criminosas. Faço um apelo ao Governo do Estado”, enfatiza a deputada.
Goiás lidera ranking brasileiro de trabalhadores em situação análoga à escravidão, segundo MTE
Dados do MTE apontam que 729 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão em Goiás até novembro de 2023, o que tornou o Estado líder no ranking brasileiro.
A última vez que o Estado havia ocupado a posição ocorreu há 15 anos.
Órgãos oficiais apontam o aumento das denúncias e ações de fiscalização, mudança de cenário político e resgates com maior quantidade de profissionais envolvidos como fatores para a primeira posição na lista.
Goiás é seguido pelos Estados de Minas Gerais (571), São Paulo (380), Rio Grande do Sul (330) e Piauí (145). Até o momento, foram 2,9 mil trabalhadores resgatados ao longo desse ano em todo o Brasil.
O setor sucroalcooleiro concentra 58,7% dos resgatados, com 428 profissionais encontrados em situações precárias de trabalho. As ocorrências foram em quatro municípios – Itumbiara, Acreúna, Anicuns e Inhumas.
Conforme os dados, dentre os 729 trabalhadores, 676 estavam na zona rural. Os outros 53, na zona urbana. No comparativo com anos anteriores, o quantitativo de 2023 é o maior desde 2008, quando o Estado alcançou o recorde de 867 resgates.
Luiz Marinho também terá agenda sindical em Goiânia
Após a audiência pública, Marinho participará de um encontro com as centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais, gestores e servidores públicos federais. A agenda também ocorrerá na sede do Poder Legislativo goiano.
Confira os compromissos do ministro em Goiás:
- 7h50: Chegada em Anápolis e visita à fábrica de veículos da Hyundai;
- 10 horas: Coletiva de Imprensa no Aeroporto Internacional Santa Genoveva;
- 14 horas: Audiência pública ‘As ações do Ministério do Trabalho em 2023 e o combate ao trabalho escravo em Goiás’;
- 16 horas: Reunião com centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais, gestores e servidores públicos federais, no Auditório Carlos Vieira da Assembleia Legislativa de Goiás.
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