O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e os prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), lançaram nesta sexta-feira (24/1) uma ação conjunta inédita de combate ao mosquito Aedes aegypti, causador da dengue e da chikungunya. O grande mutirão de limpeza e conscientização da população foi aberto às 7 horas, no CEU Parque Flamboyant, em Aparecida.
A circulação do sorotipo 3 do vírus preocupa as autoridades de saúde, porque há 17 anos não havia presença significativa desse agente em Goiás, e ele provoca casos mais graves, com maior tendência de óbito. Só em 2025, seis mortes estão em investigação no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), suspeitas de dengue.
“Não é possível uma picada de mosquito tirar a vida de uma pessoa em 2025. São vidas que estamos perdendo”, ressaltou o governador, em entrevista.
Caiado destacou a importância do trabalho conjunto entre o governo estadual e as duas maiores prefeituras do Estado e pediu a contrapartida da população.
“Vocês estão vendo o esforço dos prefeitos, o Sandro Mabel toda madrugada está aqui, trabalhando, o Leandro também. Vocês estavam com saudade de ter bons prefeitos. E agora temos aqui esses dois prefeitos disputando, essa competição saudável e salutar, para saber quem é o melhor”, afirmou o governador.
Mabel lembrou que a Prefeitura de Goiânia está iniciando o 4º Mutirão dos 100 Dias de Gestão, na Região Sul, e que os 26,6 quilômetros de divisa entre Goiânia e Aparecida terão atenção especial nesta edição.
“Nós vamos trabalhar toda essa divisa, tanto do lado de Goiânia como de Aparecida. As nossas equipes vão atuar em todas as áreas: roçagem do mato, limpeza, tirar todo o lixo que está na rua”, exemplificou o prefeito de Goiânia, também apelando à participação da população. “Os agentes de endemia estarão nos dois municípios, monitorando a questão da dengue. É importante recebê-los e tomar as medidas necessárias, cada um fazendo sua parte”, pediu Mabel.
Assim como está sendo feito em Goiânia, Aparecida também está realizando mutirões de limpeza.
“Nossa equipe de secretários e auxiliares está envolvida nessa ação coletiva de combate ao mosquito da dengue, mas também na limpeza, urbanização, tapa-buracos, em todas as ações”, assegurou Vilela.
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Atendimento primário
Mabel chamou a atenção para a importância da atenção primária de saúde, com os atendimentos nas unidades e também nos mutirões, como o que será aberto neste sábado na Região Sul de Goiânia. “Teremos atendimentos para medir pressão, glicemia, para ver se não tem diabetes. Estamos cuidando da população”, disse, acrescentando que acompanhou de perto parte dos atendimentos em saúde no último mutirão.
“Eu estava lá sentado do lado dos médicos. Eles atenderam nove casos enquanto eu estava lá, e seis deles tinham pressão alta, acima de 14. Isso quer dizer o quê? Que essas pessoas têm que ser tratadas lá na ponta, com a saúde básica. Por quê? Porque uma pessoa assim a gente trata, dá um remédio, algumas instruções, diminui o sal, faz exercício, e a pessoa fica boa”, comparou.
Por outro lado, se esse mesmo paciente não for tratado, pode ter picos de pressão, buscar atendimento na emergência e acabar indo para a UTI. “Por isso é muito importante nós fazermos todo esse trabalho”, concluiu Mabel.
Ao lado de Leandro Vilela, ele lembrou que os dois têm muitos anos de trabalho público juntos.
“Fomos deputados juntos, mais de 15 anos. Isso aí faz com que nós tenhamos esse entrosamento, e nós vamos fazer da nossa divisa o nosso ponto de união e vamos tratar bem de Goiânia e de Aparecida. Esse é o primeiro mutirão conjunto aqui nessa região”, afirmou o prefeito de Goiânia.
Sorotipo 3
O governador Ronaldo Caiado, que é médico, falou sobre a importância da circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, do ponto de vista sanitário.
“Os sorotipos 1 e 2 já circulam antes, tivemos contaminações, temos anticorpos. Como estamos há muitos anos sem o sorotipo 3, a população está desprotegida, sem imunidade contra ele”, explicou.
Caiado ressaltou que o Governo de Goiás distribuiu medicamentos aos municípios, instalou mais de 209 gabinetes de crise, está distribuindo máquinas costais, medicamentos para hidratação, controle da febre e inseticidas para combate localizado. E também chamou a atenção para a importância da imunização.
“A vacinação é muito importante. Ontem mesmo eu tomei três vacinas, estou com a imunização completa. A população deve se preocupar em levar seu filho, ver se a caderneta vacinal está em dia e parar com essa bobagem de não querer vacinar. Se não existisse vacina, não existiria mais o ser humano, porque esses agentes (vírus e bactérias) têm muitas mutações”, testemunhou.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, explica que a população de Goiás não tem mais memória imunológica e defesas adequadas contra o sorotipo 3 da dengue.
“A possibilidade de ele causar casos mais graves, com maior perfil de óbito, é muito grande”, pontuou.
De acordo com o secretário, Goiânia está preparada para atender casos da doença.
“As escalas médicas das unidades estão completas, e todos os estoques têm uma previsão de abastecimento para os próximos 30 dias. Dessa forma, entendemos que vamos conseguir passar pela crise com a menor quantidade de danos possível”, garantiu Pellizzer.
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