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Doceria de Goiânia tem lote de produtos recolhido após mortes; Procon Goiás não encontra irregularidades

Empresa afirmou que foi disponibilizado acesso irrestrito a todas as unidades para inspeção dos órgãos fiscalizadores. Caso segue sendo investigado em sigilo

A Perdomo Doces informou nesta segunda-feira (18/12), por meio de nota, que o lote de produtos averiguado pelas autoridades já foi recolhido de todas as lojas e que o acesso irrestrito a todas as unidades da empresa foi disponibilizado para inspeção dos órgãos fiscalizadores.

A medida ocorre após a denúncia de que três pessoas de uma mesma família teriam passado mal, com sintomas como vômito, dores abdominais e diarreia, após comerem doces produzidos pela doceria de Goiânia.

Duas dessas pessoas, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86 anos, morreram.

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Mortes de Leonardo Pereira Alves e da mãe dele, Luzia Tereza Alves (no detalhe) seguem sendo investigadas — Foto: reprodução/redes sociais

Entretanto, não há indícios de que a causa das mortes esteja ligada aos doces. A Polícia Técnico Científica realizou coleta de materiais para perícia.

A própria família das vítimas evitou associar as mortes com o estabelecimento. Em comunicado publicado em uma rede social, Maria Paula Alves, filha de Leonardo Pereira Alves, afirmou que ninguém sabe ao certo o que aconteceu, pediu para que não sejam repassadas notícias falsas usando o nome da família ou de terceiros e destacou que todas as medidas necessárias já estão sendo tomadas.

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Foto: reprodução/Instagram Stories/@mariapaulaap

De acordo com a empresa, somente neste ano, 346 mil unidades dos produtos da mesma categoria averiguada foram comercializados e nenhuma ocorrência similar foi registrada.

“A Perdomo Doces reitera, ainda, que dispõe de todos os elementos para comprovar junto aos órgãos de fiscalização a adoção dos protocolos sanitários e de segurança alimentar exigidos por lei, e que a tornaram referência de qualidade e excelência em seu segmento”, ressaltou a doceria.

Veja a nota de esclarecimento da Perdomo Doces na íntegra a seguir:

A Perdomo Doces informa que o lote de produtos averiguado pelas autoridades já foi recolhido de todas as lojas e que o acesso irrestrito a todas as suas unidades foi disponibilizado aos órgãos fiscalizadores, para inspeções no dia de hoje.

Ao longo de seus oito anos de existência, a Perdomo Doces sempre primou pela adoção de rígidos critérios de segurança alimentar. Para se ter uma ideia, somente neste ano, 346 mil unidades dos produtos da mesma categoria averiguada foram comercializados e nenhuma ocorrência similar foi registrada.

Ciente de sua responsabilidade, no sentido de agir de forma ética e transparente com seus clientes, parceiros e equipe composta por mais de 200 colaboradores, a empresa se solidariza com a família enlutada e reforça que vem colaborando com as investigações, de forma que haja elucidação mais breve possível dos fatos.

A Perdomo Doces reitera, ainda, que dispõe de todos os elementos para comprovar junto aos órgãos de fiscalização a adoção dos protocolos sanitários e de segurança alimentar exigidos por lei, e que a tornaram referência de qualidade e excelência em seu segmento.

+ LEIA TAMBÉM: Polícia investiga mortes de duas pessoas que ingeriram sobremesa de famosa doceria de Goiânia

Procon Goiás visita loja e fábrica de doceria de Goiânia e não encontra irregularidades

Em nota, a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon Goiás) informou que uma equipe de fiscalização esteve nesta segunda-feira na loja Perdomo Doces da Avenida T-4, no Setor Bueno, e na fábrica da empresa.

Segundo o órgão, os agentes verificaram informações contidas nas embalagens, datas de fabricação e validade, acomodação e refrigeração dos doces. Não foi constatada nenhuma irregularidade nos produtos fiscalizados.

Conforme a nota do Procon Goiás, as informações e documentação foram repassadas para a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), que investiga o caso em sigilo.

Confira abaixo a nota oficial divulgada pelo Procon Goiás:

Diante dos fatos noticiados e reforçando o trabalho das forças de segurança do estado, o Procon Goiás deslocou equipe de fiscalização, nessa segunda-feira, 18 de dezembro, até a loja da Avenida T-4 e a fábrica da empresa Perdomo Doces.

No trabalho de hoje, os agentes verificaram informações contidas nas embalagens, datas de fabricação e validade, acomodação e refrigeração dos doces e, nesta ocasião, não foi constatada nenhuma irregularidade nos produtos fiscalizados. As informações e documentação foram repassadas para a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, que segue com as apurações.

Mariana Perdomo se pronuncia em nota de esclarecimento

De forma pessoal, Mariana Perdomo, proprietária da Perdomo Doces divulgou nota de esclarecimento no perfil oficial da empresa.

Falando diretamente a clientes, parceiros e amigos, a empresária ressaltou estar colaborando com todas as investigações, declarou que os advogados tem prestado todos os esclarecimentos e que, junto da família enlutada, são os “maiores interessados na busca pela verdade”.

Mariana falou ainda sobre as dificuldades superadas para empreender no Brasil e da tristeza em relação às inverdades veiculadas sobre a empresa. E pediu para que não sejam compartilhadas desinformações, que destroem reputações e as histórias de muitas vidas.

Leia o texto na íntegra a seguir:

Oi, aqui é a Mariana. Sei que seu tempo é precioso, mas eu gostaria que você fizesse a gentileza de me dar um pouquinho da sua atenção. É importante que eu tenha essa conversa franca com você.

Um lote de nossos produtos está sendo averiguado pelas autoridades competentes. Ele já foi recolhido de todas as nossas lojas e os órgãos responsáveis estão fazendo as análises necessárias e cuidando do caso.

Sobre isso, a primeira coisa a dizer é que nos solidarizamos com a família enlutada. Nossos advogados vêm prestando todos os esclarecimentos para elucidar os fatos, bem como colaborando com as investigações, para permitir que essa família saiba a causa exata dos óbitos de seus entes queridos.

Ao lado dessa família, somos os maiores interessados na busca pela verdade. Provavelmente você conhece minha história. Essa empresa é minha vida e chegar até aqui foi bem duro. Da Mariana feirante até a Perdomo Doces foram anos de trabalho árduo e noites em claro.

Se você empreende no Brasil, é capaz de compreender quantas dificuldades tive de superar para ter meu próprio negócio. Construir um nome. Fidelizar clientes. Ser referência de qualidade. Gerar empregos e renda. Tudo com muito esforço, honestidade e dedicação.

Ver tantas inverdades a respeito da Perdomo Doces serem veiculadas é imensamente triste. Não apenas pela injustiça, mas pela responsabilidade com os mais de 200 pais e mães de família que empregamos e com nossos clientes, que sempre nos honraram com sua confiança.

O acesso irrestrito a todas as nossas lojas foi disponibilizado aos órgãos fiscalizadores, que realizaram inspeções em todas as unidades hoje. Para se ter uma ideia, somente neste ano, 346 mil unidades dos produtos da mesma categoria averiguada foram comercializadas e nenhuma ocorrência similar foi registrada.

Você deve estar se perguntando por que não gravei um vídeo. Era minha vontade inicial. Até cheguei a tentar, mas trata-se de uma situação intensa, desgastante e eu não saberia dizer tudo isso sem chorar. E não quero correr o risco de que você pense que estou tentando te comover com minhas lágrimas.

A você, cliente, parceiro, amigo, prefiro ofertar meu respeito e meu empenho para que esta situação seja elucidada. Honrar sua confiança. Te provar que a Perdomo Doces foi, é e continuará sendo uma empresa honesta e responsável, que preza pela excelência.

Se me for permitido lhe fazer apenas um pedido, por favor, não compartilhe boatos. Não dissemine desinformação. A desinformação destrói reputações e as histórias de muitas vidas. A verdade virá à tona e nós estamos cooperando para isso.

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Vinicius Martins

Jornalista por formação, com especialização em Marketing e Estratégia Digital. Fundador e editor-chefe da Revista Factual.

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